sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Consciência Negra
Respeitar as diferenças é respeitar a se mesmo
Falar-se "Consciência Negra", é algo que deve ser buscado em suas origens.
Os negros foram violentamente arrancados de seu torrão natal.
A violência sofrida fez com que se apegassem às suas origens, aos seus deuses, às suas crenças, como uma espécie de defesa contra as violências a que sempre foram submetidos.
Com a Abolição, começou outra espécie de preconceito. Os empregadores não conseguiam esquecer de que eram escravos recém libertos, sem qualquer tipo de cultura. Incapacitados, portanto para qualquer tipo de trabalho que não fosse o braçal.
Assim a situação ficou durante muito tempo, com os negros praticamente segregados, sendo muito difícil qualquer tipo de progresso. O ingresso em escolas sempre era dificultado aos negros. Os problemas cada vez mais se acentuavam.
Contudo, com o passar do tempo, a situação foi mudando. Conseqüência natural da evolução mundial.
As mudanças, no entanto, não foram tão radicais a ponto de se poder dizer que hoje em dia não existe qualquer tipo de restrição ao progresso dos negros.
Há que se notar que ainda existe uma quase segregação. Podemos dizer com mais propriedade que existe um preconceito não se pode zer racial, mas sim quanto às reais qualificações dos negros.
As chances não são iguais. Poucos são os empregadores que, analisando duas fichas de candidatos com igual grau de conhecimento e de qualificações, irá empregar o candidato negro em detrimento do branco.
Pode-se notar que na maioria das grandes Empresas, de qualquer tipo, são poucos os negros que conseguem cargos a nível de direção. Será por incapacidade, ou por uma espécie de preconceito disfarçado? É algo para ser pensado e repensado.
Já está provado de que com as mesmas possibilidades de estudo e preparo a cor da pele não significa que determinada pessoa tem maior ou menor capacidade de desenvolver o intelecto, ou de desempenhar funções. A questão é algo digno de estudos.
Analisar-se os porquês é uma outra questão. O que é necessário, é que certos conceitos e preconceitos sejam revistos, que se adquira uma melhor consciência da realidade, não digo nacional, mas mesmo mundial.
Há que se rever certas posições para que doravante não se olhe mais para a cor da pele das pessoas, mas sim para sua real capacidade e inteligência.
Há que se evitar para o futuro esse tipo de coisas. A cor da pele não significa absolutamente nada para se aquilatar a real capacidade das pessoas.
Neste Dia da Consciência Negra é esse apelo que fica. Igualdade total de oportunidades e possibilidades de desenvolvimento.
Sou negro porque encaro minhas origens
Não precisa ter cor nem raça nem etnia. É preciso amar, é preciso respeitar.
Não sou negro porque minha pele é negra.
Não sou negro porque tenho cabelo enrolado de “pixaim’’
Não sou negro porque danço capoeira, não sou negro porque vivo na África.
Não sou negro porque cato reggae, não sou negro porque tenho candomblé como minha religião.
Não sou negro porque tenho Zumbi como um dos mártires da minha raça não é negro porque grito por liberdade.
Não sou negro porque declamo Navio Negreiro, não sou negro porque venho do gueto, não sou negro porque defendo as idéias.
Não sou negro porque conheço rituais afros.
Sou negro porque sou filho da natureza, tenho direito de ser livre,
Sou negro porque sei encarar e reconhecer as minhas origens sou negro porque sou cidadão, porque sou gente, porque sou lágrima.
Sou negro porque amo e sou amado, porque sou palco mais também sou platéia.
Sou negro porque meu coração aperta desperto,deseja,planeja por liberdade.
Sou negro na igualdade do ser para o bem da nossa nação, porque acredito no valor de ser livre, na força do meu sangue numa canção que jamais será calada.
Sou negro porque minha energia vem do coração e a minha alma jamais se entrega.
Sou negro porque a noite sempre virá antecedendo o alvorecer de um novo dia, acreditando num povo afro-descendente que acorda, levanta e LUTA.
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